quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Biafra

Depois do risonho e límpido Hino Nacional cantado por Vanusa, este vídeo surge com grandes chances de tirar outro artista do anonimato. Gargalhada garantida:

http://www.youtube.com/watch?v=FUrkziv1mmw

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O que os homens querem?

POR THAÍS MACEDO

Existem inúmeros livros, filmes, teorias e conversas de bar sobre o tema: mulheres. Virou lugar comum dizer "vai entender as mulheres" ou "não dá pra entender"ou "é coisa de mulher". Ninguém discorda de que mulher é um bicho complicado (eu nem acho, basta amá-la, obedecê-la e sim, adivinhar o que ela quer) mas será que é só ela?

Os homens são complicadíssimos na sua simplicidade. São tão práticos e "sem entrelinhas" que deixam a gente sem entender nada. Essa última semana abriu meus olhos pra tamanha diferença entre homens e mulheres, além de físicas, claro, e como estão enganados aqueles que afirmam que só as mulheres são complicadas.

Vou dar os exemplos para ilustrar o que estou afirmando. Assisti o filme "Ele não está tão afim de você". Filme água com açucar que você assiste e pensa "ohh como as mulheres são tolinhas, arrajam desculpas pra tudo e como é fácil entender homem". Depois vi o texto de um amigo meu, cujo blog indico aqui do lado, em que ele dava o manual de funcionamento do pensamento masculino. Muito esclarecedor, porém os dois voltam às velhas teorias, de que homem quer mulher bonita, inteligente, divertida e com a bunda boa, só precisa encontrá-la. E você que lê isso provavelmente concorda, não?

Pois eu digo, estamos todos errados. Isso é ilusão, mentira, balela. Claro que o homem vai dizer que é exatamente isso que ele quer, além do tradicional "santa na rua e puta na cama". Mas o que vemos por aí são mulheres gatas, inteligentes e solteiras, e não por opção.

Eu mesmo tenho uma amiga que é linda, divertidíssima, faz medicina, boazinha e solteira. Ela nunca namorou e se desespera ao pensar que nunca vai namorar. E os homens que lerem isso, vão me falar pra apresentar e tudo mais. Mas ela está aí e tem um monte delas por aí. Vocês homens gostam de facilidade, não querem mais o trabalho da conquista e esse tipo de mulher deve ser conquistada. Se você se acha diferente, pense nas cinco últimas garotas com quem ficou e agora me diga, qual você acabou procurando mais vezes. Eu duvido que tenha sido a melhor, provavelmente foi a mais fácil.

O homem diz que não encontra a mulher certa. Mas como vai encontar se fica com as mulheres melancia e olha para as Fernanda Lima? A maioria está por aí, a Paula, a Clara, a Lu, a Carol, a Pati. E estão procurando.

Não estou aqui para promover a guerra dos sexos. Pelo contrário, estou falando tudo isso para mostrar que assim como as mulheres são complicadas e difíceis de entender, os homens também são. E vejo tantas pessoas querendo se envolver, homens e mulheres, buscando em tantos lugares errados e com focos tão distorcidos, que é uma pena que não se encontrem.

Vamos procurar o comum, a regra, porque como diz o filme que citei, ali vai estar a SUA exceção.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Procura-se um Zé

POR JOSÉ ROBERTO TORERO

Caro João, caríssima Maria, eu vos pergunto: Qual o nome mais comum entre os jogadores do Brasileiro? José, certo? Errado. Totalmente errado. Os Zés hoje são uma raridade. Pelo menos no futebol.

Para ter certeza disso, fui ver como são chamados todos jogadores de todos os vinte times. São mais de 600 atletas, e entre estes encontrei apenas três zés: Zé Luís, do São Paulo, Zé Roberto, do Flamengo, e um cândido Zé, sem nenhum acompanhamento, que joga no Sport. Isso significa menos de 0,5%. Até aqui, na redação de Esportes da Folha, há mais Josés, como eu, o Geraldo Couto, o Carlos Kfouri e o Henrique Mariante.

Antigamente todo time tinha pelo menos um Zé. Ele podia vir acompanhado de outro nome, de um apelido, no diminutivo ou no aumentativo, mas toda escalação tinha um Zé. Tanto que, fazendo um pequeno esforço de memória, rapidamente consegui fazer uma seleção de Zés, uma zeleção.

Ela começaria com o goleiro Zé Carlos, do Flamengo (com Zecão, da Portuguesa, na reserva). Na lateral direita teríamos o Super Zé¸ que era o apelido de Zé Maria, do Corinthians (na reserva, os tricolores Zé Carlos e Zé Teodoro). Na zaga, Zé Eduardo, o viril zagueiro corintiano, e Zé Augusto, daquele célebre time do Bahia que tinha Sapatão, Baiaco e Beijoca. Na lateral esquerda, fiquei em dúvida entre Zé Carlos Cabeleira, do Santos, e Zeca, do Palmeiras. O meio de campo seria uma moleza: teríamos Zé Mário, do Vasco, o excelente Zé Carlos, do Cruzeiro e do Guarani, e Zé Roberto, talvez o melhor jogador da história do Coritiba. Na reserva, outros Zés, como o Elias, o do Carmo e o Renato. O ponta direita seria, Zequinha, ex-Botafogo e São Paulo, o centroavante poderia ser o veloz Zé Alcino, que jogou pelo Grêmio com Paulo Nunes, e na ponta esquerda entraria Zé Sérgio, campeão paulista pelo Santos em 1984. Para técnico há uma infinidade de opções, mas fico com Zezé Moreira, que é zé duas vezes. O árbitro? José Roberto Wright. O narrador? José Silvério, é claro.

O nome José era o símbolo do homem comum, normal. Mas hoje, ironicamente, os Josés são artigos de luxo. Se Drummond fosse escrever seu célebre poema por estes dias, teria que chamá-lo de “E agora, William?”

Acredito que esta escassez de zés ocorre por dois motivos. O primeiro é que as famílias de classe baixa há algum tempo vêm demonstrando uma inclinação por nomes estrangeiros. O “José” tornou-se um sinônimo de simplicidade, até de pobreza, e parece que querem mascarar estas coisas colocando alguns dablius no começo dos nomes e terminá-los com “son”, o que sempre dá um ar americano.

O segundo motivo é que os próprios jogadores tentam evitar o “Zé”. Talvez acreditem que é um nome de pouco apelo mercadológico. Por exemplo, Kléberson, do Flamengo, é José Kléberson, mas preferiu ficar só com o segundo nome. E o artilheiro do Náutico chama-se José Carlos, mas preferiu trocar o José por Bala e virou Carlinhos Bala.

Enfim, atualmente ninguém aceita ser mais um José, ninguém quer ser considerado um simples Zé. Hoje em dia todo mundo é diferente. Todo mundo é William.


Texto roubado do blogdotorero.blog.uol.com.br e publicado hoje na Folha de S.Paulo


PS: Em homenagem ao meu Zé preferido que é o Zé Dito, e também bate um bolão.