segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Parabéns

Pessoal,

venho felicitar o meu irmão Tiago de Souza que venceu o 3º Concurso Literário de Campinas, com o conto Nunca vou me esquecer...

Parabéns, Ti!!!

E pra quem ainda não leu, eu já postei o conto neste blog. Leia aqui.


Taí mais uma coisa de que ele nunca vai esquecer.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Uma vez Flamengo...

POR RICA PERRONE

Eu fui a 700 jogos na minha vida, 650 na arquibancada. Diversos times, diversos estádios. Vi finais e mais finais.
Eu nunca vi uma torcida comemorar tanto um gol.
Eu nunca vi uma festa tão bonita.
Eu nunca vi um estádio tão bonito lotado.
Eu nunca vi um time ter tanto medo de ser campeão.
Eu nunca vi uma torcida ter tanto medo do fiasco.
Eu nunca vi um drama tão desnecessário.
Eu nunca vi nada do que eu vi hoje.
Eu nunca vi um gol tão bonito quanto feito.
Eu nunca vi um time jogar tão mal uma decisão.
Eu nunca vi um time ser tão querido por uma nação.
Eu nunca vi uma nação inteira vestida com a mesma roupa.
Eu nunca vi tanta gente feliz junta.
Eu nunca vi tanta paixão num só lugar.
Eu nunca tinha visto.
Hoje eu vi.
Aprendi, ao vivo, a cores e dentro da arquibancada, em pé, passando aperto pra entrar, e no meio da nação, o que é ser Flamenguista.
Eu achava que sabia. Mas não sabia.
Não, eles não são melhores do que os outros. Mas também não são iguais.
Eles são únicos.
Eles amam aquela coisa de uma forma inexplicável.
E quando eles dizem “sai do chão, sai do chão!”, não é uma musica, é uma ordem.
E se você não sair, eles te tiram.
E se você conseguir, no meio deles, ficar livre de qualquer envolvimento, você é um ET.
Não existe torcida mais bonita.
Não existe relação mais incrível como Flamengo x Rio de Janeiro.
Nunca vi uma cidade vestida com a mesma roupa desde as 8 da manhã de um domingo.
Nunca vi nada parecido com o que eu vi hoje.
Nunca vi tanta gente merecer tanto um título.
Não, não me refiro aos 30 jogadores do elenco. Me refiro aos 35 milhões de eternos jogadores do elenco.
Nação… me desculpem. Eu sei que esperavam um belo texto hoje.
Mas… nada do que eu escreva vai ser mais bonito do que aquilo que vi.

*Texto de um jornalista são-paulino que esteve no Maracanã na final do brasileirão 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Aviso importante

Venho pedir desculpas pela falta de atualização deste blog.

É que minha criatividade entrou em greve e o pouco que me restou utilizo no trabalho. Acreditem, não está sendo suficiente.

Continuem acompanhando pois dias melhores virão. Nem que seja pra fazer um post sobre o espírito de natal :)

Atenciosamente

a diretoria

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TEMA: Nunca vou me esquecer

POR TIAGO DE SOUZA


Quando me perguntam sobre algo que nunca mais esquecerei, a resposta raramente vem fácil, rápida. Ora por ter no coração incontáveis momentos inesquecíveis – apesar da já fraca memória –, sejam eles positivos ou dolorosos, ora por não saber definir exatamente em que e porque tal acontecimento tornou-se momento eterno.
E esses pensamentos seguem atemporais, sem separações por temas, ou outra coisa do gênero. Por exemplo, jamais me esquecerei do cabelo loiro da primeira paixão de criança, do suor no uniforme do colégio após brincar sem limites no recreio, do cheiro da chuva chegando quase religiosamente todos os dias no mesmo horário, assim como não esquecerei do dia em que saí realmente de casa.
Lembranças tenho do grito do meu avô no portão de casa – “minhas criançaaaas” –, o latido estridente do meu primeiro cachorro, do cheiro de manga no quintal, do dedo esfolado após tarde toda de futebol descalço na rua. Nunca sairá da minha lembrança a primeira vez que vi um morto, assim como quando vi meu primeiro ídolo – e avô – também num caixão.
Em alguns acontecimentos a palavra nunca seria exagero. Porque só com o sacrifício da recordação, do esforço de rebobinar o filme (nasci antes do DVD) da ainda precoce vida, é que voltam os dias vividos e a sensações experimentadas. Dói-me ainda como se fosse hoje, lembrar quando descobri que mudaria de colégio, uma tragédia para uma criança, todavia nunca esqueci – e acabei de lembrar – a batata frita feita pela avó. O carinho nas costas em tardes de sono, as tardes de sono no meio da semana, os fins de semana em que o maior compromisso era ter campeonato no clube, o clube de fim de semana, e o fim de semana passado.
Nunca me esquecerei da goiaba comida no pé, do medo do quintal escuro, da bronca da mãe e seu colo sem fim, do raro choro do pai e das suas histórias inventadas pra dormir. Saudades eu tenho da risada sem sentido com a irmã, da tarde sem tarefa com os amigos, das noites sem fim com a amada, das férias de gincanas – que para nós eram olimpíadas – com os primos.
O jogo mais importante da vida – ainda que fosse o primeiro de uma dezena deles – também jamais vou esquecer, assim como a dor da derrota, a perda do grande amor, a briga “para sempre” com o melhor amigo, e seu perdão do dia seguinte. Nunca deixarei de lembrar da bolacha maizena com requeijão, do pinhão no fogão à lenha, da ceia de todos os anos no natal na casa da avó, da viagem de fim de ano para o mesmo clube com a família.
O primeiro beijo, o primeiro porre, a primeira transa. A primeira dívida, a dúvida sobre contar ou não sobre a advertência no colégio, e o time inesquecível. Pequenos grandes momentos que me fazem duvidar de que ainda não completei três décadas. Acontecimentos de uma vida – assim espero – mal começada, de muitas alegrias e iguais dissabores, mas sobretudo já muito bem vivida.
Por isso, quando a pergunta sobre o que, ou quem, jamais será esquecido é de tão inverídica resposta. A cada dia que o tempo para e as recordações se sobrepõem, novos momentos, ditos eternos, novas pessoas, ditas inesquecíveis, novas sensações, ditas “para sempre”, vem à memória. E chegam sem sentido, sem tempo nem data, apenas com o mesmo calor-dor-alegria-sofrimento-rancor vivido no determinado instante. E na verdade, o que importa é exatamente isso, o sentimento experimentado. Porque ali me fiz vivo, ali deixei algo, e esse sim, jamais será esquecido.




* Texto escrito para o 3º Concurso Literário de Campinas. Estamos aguardando o resultado :)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vou te contar

POR THAÍS MACEDO

Esse título meio novela de Manoel Carlos tem a ver com o que quero dizer, porque esse texto tem um “quê” de lição de vida. Olha a pretensão.

A grande descoberta dos meus 25 anos (com rostinho de 18) é que todo mundo tem defeito. E não olhe para o seu computador com cara de desdém, ou pense que eu sou uma estúpida por só descobrir isso agora. Sim, isso a gente já sabe há muito tempo, mas entender isso na essência, ah meu filho, é outra história.

Estamos acostumados a apontar os defeitos dos outros e nos afastarmos daqueles cujos defeitos consideramos imperdoáveis. Aí nos aproximamos das pessoas das quais só enxergamos as qualidades, sim elas possuem alguns defeitinhos, mas nada que prejudique a admiração.

Eis que o tempo passa e você percebe/descobre/aprende que aqueles que você escolheu para conviver tem os mesmos defeitos daqueles que você nem quis chegar perto. E pior, decobre que você mesmo tem alguns dos defeitos imperdoáveis.

Analisando um pouco, percebi que as pessoas à minha volta estão se tornando cada vez mais humanas e por mais que essa frase pareça estranha, eu estou ficando cada vez mais humana. Percebi que somos capazes de ter as mais generosas atitudes, os gestos mais altruístas e ainda sim, fazer coisas de extrema maldade. O famoso método de interpretação teatral “Fátima Toledo” diz que temos todos os sentimentos dentro de nós mesmos, só precisamos encontrar a motivação. Aquela história de que temos anjos e demônios dentro de nós é muito mais que desenho animado e a escolha de qual deles seguir é nossa. Nem sempre dá tempo, certas situações escolhem por si só.

Enfim, a grande descoberta dos meus 25 anos é que: é preciso ter muita paciência e praticar muito o exercício do perdão. Porque poucos erros são imperdoáveis e mesmo esses, a gente pode cometer um dia.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sobre o que eu nem sei quem sou

POR TIAGO DE SOUZA


Sempre tive vergonha/receio de admitir mudanças em minhas certezas. Porque sempre defendo tudo o que acredito com muita convicção, em alguns casos até com certa raiva de quem pensa ou defende o contrário à mim. Mas já posso considerar que esse ano de 2009 será marcante na minha vida, exatamente por me mostrar que o maluco beleza estava certo.


Nem ao céu nem ao inferno, seria o interessante. Não há a necessidade de ser uma metamorfose ambulante a todo instante, porque aí soaria pessoa sem personalidade, sem conteúdo, características inerentes às minhas vontades, que me acompanham desde o sempre. Mas ter velhas opiniões formadas sobre tudo, sem que a vida te ensine que pode ter errado em certo instante com determinada convicção, deixa a pecha de intransigente, turrão. E foi nesse ano que parei de me esconder nas minhas velhas opiniões sobre muita coisa.


Primeiro, na vida mesmo. Algumas decepções, privações, insucessos durante a minha ainda curta jornada, me fizeram acreditar na minha força além de qualquer limite. Sem confundir com arrogância, mas supunha ser mais forte do que qualquer obstáculo, por mais intransponível que ele parecesse. E assim seguia, subestimando problemas alheios por mim considerados irrisórios, escondendo sofrimentos com um samba (sempre ele) – "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima" –, e tocando a vida com mais uma certeza, a de que seria quase uma personificação de Andraste, deusa mitológica tida com invencível. E aí vem a vida me colocar no meu lugar de ser humano e percebo que algumas vezes caímos, demoramos muito a levantar, a poeira ainda deixa uma parte suja e a volta por cima nem sempre vem da maneira que gostaríamos que viesse.


Depois percebi que a visão política nunca pode ser tida como definitiva. Nós, brasileiros, temos enraigado o sentido de torcida de futebol. Um pouco pelo sangue negro-latino, um pouco porque futebol, gostando ou não, parece estar na veia de todos na terra pau-brasilis. Transferimos isso em quase todas as esferas, não diferente na política. Muitas vezes presenciei – e fui parte delas – discussões acaloradas sobre visões políticas, sobre partidarismos, sobre políticos. Apesar de não ser do tipo que "torce contra", assim como muitos anti-lulistas, sempre defendi as bem executadas políticas sociais do atual governo acima de qualquer outra situação. Sem deixar de considera-las – assim como acredito ainda que a eleição de Lula deixou um bem inestimável, o pobre passou a ter política comprometida com seu bem estar social –, assisti a corrupção sem limites, confusão de partidarismo e Estado, e o, para mim, último golpe em minhas convicções, o esforço do Palácio do Planalto pró-Sarney. Meu futuro voto será repensado (não digo ainda que mudado), mas troquei a certeza política de outrora pela dúvida.


E venho numa mudança até nas coisas cotidianas, de pensamentos de tempos de infância... Mudei, primeiro, minha cidade preferida. Defendia antes a terra da garoa, mesmo sendo admirador incondicional do mar e aficionado por samba. Hoje, admito, cidade é aquela Maravilhosa. Mudei estilo de vida, corte de cabelo, usava brinco, gostava da rua, negava o gosto por música antiga, sonhava em largar tudo, valorizava status... ufa... mudei!


E geralmente isso ocorreria após uma grande ruptura na minha vida, sempre foi assim. E o ano das mudanças veio para mudar mais essa. Assumi que posso mudar simplesmente após o Rio de Janeiro ir para a fase final de escolhas da cidade que sediará os Jogos Olímpicos em 2016. A defesa era de que, primeiro, o Brasil tem muitos problemas maiores a serem resolvidos que consumiriam todo o montante gasto nos Jogos. Eu mesmo rebato, afirmando que os lucros serão superiores ao que for investido, que a cidade se beneficiará com obras de infra estrutura, que a visibilidade será histórica. Não queria os jogos no Brasil também pela experiência anterior no Pan Americano, onde as contas não foram aprovadas no Tribunal de Contas da União, com suspeitas de superfaturamentos de obras. Novamente eu me contesto, afirmando que para isso basta fiscalização. A comparação deve ter as devidas proporções, mas seria igual ser contra levar pavimentação à cidades com ruas e estradas de terra porque via de regra esse tipo de obra é superfaturada. E admiti a mudança antes da escolha do Rio como cidade olímpica, evitando ser tachado de remar somente à favor da maré.

E vibrei com a escolha da Cidade Maravilhosa, mas também por ter a certeza de poder ir numa apresentação musical e gritar, com gosto, "toca Rauuuuuul", esperando ouvir o trecho: "Eu quero dizer, agora, o oposto do que eu disse antes", mantendo, é claro, minha convicções... até elas mudarem novamente.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

#RIO2016 - é nosso!




É NOSSO PORRAAAAA! É RIO DE JANEIROO!

#CHUPAMADRID
#CHUPACHICAGO
#CHUPAOBAMA

A amazônia é nossa!!!! E as Olimpíadas também!
hahahaha só pra pirar...

#RIO2016

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Biafra

Depois do risonho e límpido Hino Nacional cantado por Vanusa, este vídeo surge com grandes chances de tirar outro artista do anonimato. Gargalhada garantida:

http://www.youtube.com/watch?v=FUrkziv1mmw

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O que os homens querem?

POR THAÍS MACEDO

Existem inúmeros livros, filmes, teorias e conversas de bar sobre o tema: mulheres. Virou lugar comum dizer "vai entender as mulheres" ou "não dá pra entender"ou "é coisa de mulher". Ninguém discorda de que mulher é um bicho complicado (eu nem acho, basta amá-la, obedecê-la e sim, adivinhar o que ela quer) mas será que é só ela?

Os homens são complicadíssimos na sua simplicidade. São tão práticos e "sem entrelinhas" que deixam a gente sem entender nada. Essa última semana abriu meus olhos pra tamanha diferença entre homens e mulheres, além de físicas, claro, e como estão enganados aqueles que afirmam que só as mulheres são complicadas.

Vou dar os exemplos para ilustrar o que estou afirmando. Assisti o filme "Ele não está tão afim de você". Filme água com açucar que você assiste e pensa "ohh como as mulheres são tolinhas, arrajam desculpas pra tudo e como é fácil entender homem". Depois vi o texto de um amigo meu, cujo blog indico aqui do lado, em que ele dava o manual de funcionamento do pensamento masculino. Muito esclarecedor, porém os dois voltam às velhas teorias, de que homem quer mulher bonita, inteligente, divertida e com a bunda boa, só precisa encontrá-la. E você que lê isso provavelmente concorda, não?

Pois eu digo, estamos todos errados. Isso é ilusão, mentira, balela. Claro que o homem vai dizer que é exatamente isso que ele quer, além do tradicional "santa na rua e puta na cama". Mas o que vemos por aí são mulheres gatas, inteligentes e solteiras, e não por opção.

Eu mesmo tenho uma amiga que é linda, divertidíssima, faz medicina, boazinha e solteira. Ela nunca namorou e se desespera ao pensar que nunca vai namorar. E os homens que lerem isso, vão me falar pra apresentar e tudo mais. Mas ela está aí e tem um monte delas por aí. Vocês homens gostam de facilidade, não querem mais o trabalho da conquista e esse tipo de mulher deve ser conquistada. Se você se acha diferente, pense nas cinco últimas garotas com quem ficou e agora me diga, qual você acabou procurando mais vezes. Eu duvido que tenha sido a melhor, provavelmente foi a mais fácil.

O homem diz que não encontra a mulher certa. Mas como vai encontar se fica com as mulheres melancia e olha para as Fernanda Lima? A maioria está por aí, a Paula, a Clara, a Lu, a Carol, a Pati. E estão procurando.

Não estou aqui para promover a guerra dos sexos. Pelo contrário, estou falando tudo isso para mostrar que assim como as mulheres são complicadas e difíceis de entender, os homens também são. E vejo tantas pessoas querendo se envolver, homens e mulheres, buscando em tantos lugares errados e com focos tão distorcidos, que é uma pena que não se encontrem.

Vamos procurar o comum, a regra, porque como diz o filme que citei, ali vai estar a SUA exceção.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Procura-se um Zé

POR JOSÉ ROBERTO TORERO

Caro João, caríssima Maria, eu vos pergunto: Qual o nome mais comum entre os jogadores do Brasileiro? José, certo? Errado. Totalmente errado. Os Zés hoje são uma raridade. Pelo menos no futebol.

Para ter certeza disso, fui ver como são chamados todos jogadores de todos os vinte times. São mais de 600 atletas, e entre estes encontrei apenas três zés: Zé Luís, do São Paulo, Zé Roberto, do Flamengo, e um cândido Zé, sem nenhum acompanhamento, que joga no Sport. Isso significa menos de 0,5%. Até aqui, na redação de Esportes da Folha, há mais Josés, como eu, o Geraldo Couto, o Carlos Kfouri e o Henrique Mariante.

Antigamente todo time tinha pelo menos um Zé. Ele podia vir acompanhado de outro nome, de um apelido, no diminutivo ou no aumentativo, mas toda escalação tinha um Zé. Tanto que, fazendo um pequeno esforço de memória, rapidamente consegui fazer uma seleção de Zés, uma zeleção.

Ela começaria com o goleiro Zé Carlos, do Flamengo (com Zecão, da Portuguesa, na reserva). Na lateral direita teríamos o Super Zé¸ que era o apelido de Zé Maria, do Corinthians (na reserva, os tricolores Zé Carlos e Zé Teodoro). Na zaga, Zé Eduardo, o viril zagueiro corintiano, e Zé Augusto, daquele célebre time do Bahia que tinha Sapatão, Baiaco e Beijoca. Na lateral esquerda, fiquei em dúvida entre Zé Carlos Cabeleira, do Santos, e Zeca, do Palmeiras. O meio de campo seria uma moleza: teríamos Zé Mário, do Vasco, o excelente Zé Carlos, do Cruzeiro e do Guarani, e Zé Roberto, talvez o melhor jogador da história do Coritiba. Na reserva, outros Zés, como o Elias, o do Carmo e o Renato. O ponta direita seria, Zequinha, ex-Botafogo e São Paulo, o centroavante poderia ser o veloz Zé Alcino, que jogou pelo Grêmio com Paulo Nunes, e na ponta esquerda entraria Zé Sérgio, campeão paulista pelo Santos em 1984. Para técnico há uma infinidade de opções, mas fico com Zezé Moreira, que é zé duas vezes. O árbitro? José Roberto Wright. O narrador? José Silvério, é claro.

O nome José era o símbolo do homem comum, normal. Mas hoje, ironicamente, os Josés são artigos de luxo. Se Drummond fosse escrever seu célebre poema por estes dias, teria que chamá-lo de “E agora, William?”

Acredito que esta escassez de zés ocorre por dois motivos. O primeiro é que as famílias de classe baixa há algum tempo vêm demonstrando uma inclinação por nomes estrangeiros. O “José” tornou-se um sinônimo de simplicidade, até de pobreza, e parece que querem mascarar estas coisas colocando alguns dablius no começo dos nomes e terminá-los com “son”, o que sempre dá um ar americano.

O segundo motivo é que os próprios jogadores tentam evitar o “Zé”. Talvez acreditem que é um nome de pouco apelo mercadológico. Por exemplo, Kléberson, do Flamengo, é José Kléberson, mas preferiu ficar só com o segundo nome. E o artilheiro do Náutico chama-se José Carlos, mas preferiu trocar o José por Bala e virou Carlinhos Bala.

Enfim, atualmente ninguém aceita ser mais um José, ninguém quer ser considerado um simples Zé. Hoje em dia todo mundo é diferente. Todo mundo é William.


Texto roubado do blogdotorero.blog.uol.com.br e publicado hoje na Folha de S.Paulo


PS: Em homenagem ao meu Zé preferido que é o Zé Dito, e também bate um bolão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Théo desce e arrasa!




Homenagem ao meu sobrinho que vai nascer hoje.


*************

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Seja feliz sendo bobo

POR THAÍS MACEDO

O mundo anda muito chato em sem imaginação.

A política desanima com a balada do Sarney inabalável, tem a gripe suína (o primeiro nome é o que pega, agora não me venha com H1N1… da próxima façam como os policiais federais e percam mais tempo inventando nomes), o Carlinhos fora da Fazenda – um minuto de silêncio pela futilidade – e o Dado ganhando. Enfim, fica até difícil ser feliz. Aliás pra ser feliz atualmente, tem que seguir a “cartilha da felicidade”, que ensina a comer comidas saudáveis, arrumar um homem bom e trabalhador, mas que seja rico, sorrir pro sol, abraçar uma velhinha e um monte de obrigações.

Por isso, em prol de um mundo mais lúdico e alegre vamos criar a campanha Seja feliz sendo bobo. E não aquele bobo que toma chifre da namorada ou que toma calote do cunhado, e sim o bobo alegre, essa figura que tanto colore o mundo.

A ideia é você ser feliz fazendo coisas que todo mundo acha que são bobeiras, cafonas, ultrapassadas. E o melhor da campanha, é que você quem define o que te faz feliz, tipo a propaganda do supermercado. Quer contar a piada do “é pave ou pa comê”? Faça, fale pra sua mãe porque ela com certeza vai rir; quer brincar de esconder toda vez que ver (vir?) um carro de polícia? Siiiimmmm vai fundo. Busque aquele lado que só aparece quando bebe, e o melhor sem beber.

Cada um sabe o que diverte si mesmo. Libere-se das amarras sociais e seja Tarso Cadore por um dia. Lamba o molhinho que sobra no prato, faça o moonwalk na balada, dê susto em alguém e se mate de rir, cante uma música da Xuxa alto ao lado de alguém no elevador, use meias azuis, mesmo que ninguém veja. Liberte a imaginação!

Vamos acabar com a chata ordem social por alguns momentos, seja transgressor. Mesmo que uma vez na vida, por poucos instantes. O mundo precisa da loucura boa, criativa, colorida, o mundo precisa de fantasia. Quando possível é bom soltar o corpo e a mente.

A única restrição da campanha é que a sua felicidade não pode atrapalhar a do outro, não seja mala, mesmo que isso te faça feliz.

De resto, faz-o-que-tu-queres-pois-é-tudo-da-lei.



sábado, 15 de agosto de 2009

Twitter

Bom galera, não tive como escapar, entrei no twitter.

Estou parecendo uma criança com brinquedo novo, ADORANDO.

Resisti o quanto pude, mas se você, assim como eu, não resistir à essa moda me siga:

www.twitter.com/thata_macedo

Prometo tentar escrever mais aqui... mesmo com minha nova diversão, os atrasos não vão passar do "de sempre"

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Carne, unha, alma gêmea. Bate coração.

POR THAÍS MACEDO

Existe amor pra vida toda?

Não estou falando de amor de pai, mãe, família, amigos e cachorro, ou se você preferir, gatos. Estou falando de amor entre homem e mulher, existe amor de homem e mulher, pra vida toda?

Se você veio até aqui ler a resposta irei te decepcionar, caro leitor. Não sei a resposta, aliás acredito que não exista uma resposta correta, e como tudo na vida, essa teoria também depende de um referencial.

Eu, por exemplo posso acreditar que sim, pois meus pais são casados há trinta anos e sou testemunha de que eles ainda se amam. E trinta anos juntos já vale o status de “vida toda” mesmo ainda com muito chão pela frente.

Mas se tomar por mim, sem as referências que me cercam, será que eu amarei alguém pra vida toda? Isso é possível?

Bom, vamos torcer pra que sim né, pois a vida fica muito mais fácil quando é levada em dupla mas acho que não podemos nos prender à isso. Se você não encontrou a metade da sua laranja, a tampa da sua panela, não se desespere. Ainda temos aquelas opções lá do começo do texto, os pais, a família, os amigos e o gato/cachorro.

Cerque-se de amor e ele virá de alguma forma e você, se for inteligente, saberá aceitá-lo como ele é, isso sim é amor verdadeiro, isso sim é amor pra vida toda.


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Querem acabar com a nossa solidão

POR HENRIQUE NUNES

Em nome da disputa por espaço, a cada dia um novo braço perde o seu apoio no balcão. Fruto do descaso dos patrões que baniram dos salões o lugar ideal para veladas confissões. A cada novo bar lançado, a ordem é colocar de lado quem não tem vergonha de beber calado. Mas não sabem tais senhores originais que tal atitude descabida tira a bebida das almas sem medida que, de costas para a vida, têm direito aos mesmos pecados capitais.

Matar o balcão, senhor patrão, é um atentado aos desacompanhados. É como entregar de bandeja o muro de lamentações de quem deseja alheias privações. Não se pode mais estar sozinho num bar sem ter de esnobar as gentilezas que pululam sobre as mesas ao lado. Malvado, esses patrões. Querem nos dar conforto, comandas e afins, mas esquecem que o porto seguro de qualquer botequim é o balcão desconfortável que nos tira do confim.

Sem balcão, senhor patrão, não haverá outro lugar para suportar o peso de nossos cotovelos e angústias. Sem balcão, senhor patrão, não haverá conserva que dê conta do espaço que (des)conserva o nosso corpo. Sem balcão, senhor patrão, os bares não serão mais a meca de nossas solidões. Mas, como me alertou meu amigo engarrafado, há muito bar que ainda não foi condenado. Talvez, se procurarmos com minúcia, encontraremos por aí algumas poucas ilhas para nos tirar desse naufrágio. Eis aqui o meu sufrágio.



Este texto foi indicado pelo meu irmão Tiago e roubado do blog Botequim do Bruno, segundo ele um "jornalista, boêmio e sambista de Campinas."

E o próximo texto prometo que será meu, senão este blog muda pra "Sem ideia original".

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Duas bolas, por favor

Não há nada que me deixe mais frustradado que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.

Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação.
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola,a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'.

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago .



Texto que recebi por e-mail, atribuído à Danuza Leão.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Viva o verde!

Vale a pena divulgar:

http://www.ethicle.com/us/

Bar ruim é lindo, bixo!

POR ANTÔNIO PRATA

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas tudo bem).

No bar ruim que ando freqüentando ultimamente o proletariado atende por Betão – é o garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando resolver aí quinhentos anos de história.Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar “amigos” do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.– Ô Betão, traz mais uma pra a gente – eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte dessa coisa linda que é o Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gâteau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais, meio de esquerda, freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.

O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e, um belo dia, a gente chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente, universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.
E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam cinqüenta por cento o preço de tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por questões ideológicas, preferem frango à passarinho e carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim Câmara Cascudo, saca?).

– Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?





Do livro As Cem Melhores Crônicas Brasileiras


* em homenagem ao meu irmão Tiago, que é meio intelectual, meio de esquerda.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pedrão

POR THAÍS MACEDO



Segunda, dia 29, foi o dia de São Pedro. E vou contar aqui a minha história com ele.

Há uns 6 anos atrás eu me irritava com São Pedro. Sempre que eu programava alguma coisa chovia e, como todos sabem, ele é o Senhor do tempo.

E ficava implicando com ele, chamando-o de porteiro e dizendo que ele "se achava" só porque tinha as chaves do céu. Que estava sobecarregado com chave do céu, cuidar da Igreja, mandar no tempo que não tava dando conta.

E não adiantava meu pai me alertar e até o padre falar no sermão que "tudo que Pedro ligar na Terra será ligado no céu, e tudo que ele desligar também será desligado no céu".
Eis que, de tanta implicância, resolvi saber mais sobre ele, o porque de tanto poder.

Descobri que ele foi tipos o best friend de Jesus, o homem de confiança. Jesus deu a ele o poder de ser a base de sua Igreja "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei o meu reino". E comecei a me encantar por sua história. Ele foi humano, o tempo todo teve suas dúvidas. Desafiou Jesus a andar sobre as águas pois não estava acreditando nele e sim, teve medo, chegou a dizer que não conhecia aquele homem que carregava a cruz e levava chicotadas... mas o seguiu por todo o caminho, e toda vida.

Quando eu já passei a admirá-lo, Seu Pedro (pois é) um senhor que mora na minha rua e tem pouco estudo mas muita sabedoria disse o nome do protetor de cada um da minha família, baseado na data de nascimento. O da minha mãe era Joana D´arc, do meu pai se não me engano era São Judas Tadeu, do meu irmão era Imaculada Conceição (eee Santinha) e adivinha o meu?
São Pedro, claro.

E passei a me entender melhor com ele. Entendendo que se ele era turrão com Jesus, imagine comigo. E ninguém melhor do que ele pra saber que a gente não admira as pessoas logo de cara. Comprei uma imagem e deixo sempre em São Paulo, pois quando sai de lá o tempo fecha. Rezo pra ele. E em troca ganho belos dias de sol sempre que é importante.
E sei que quando chegar a minha hora de ir pro céu, ele vai fazer vista grossa quando eu furar a fila.


terça-feira, 30 de junho de 2009

Recomendo

Já faz um tempinho que eu não escrevo aqui ando meio sem tempo, meio sem ideia e meia calabreza.

Estou lendo o livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras” e por um lado está sendo inspirador com tantas boas ideias, por outro tem me travado um pouco, vai demorar pra que eu escreva textos tão bons quanto aqueles.

O livro é excelente, os autores então nem se fale. Tem Machado de Assis, Nelson Rodrigues, Chico Buarque, Carlos Heitor Cony, Caetano Veloso, Luis Fernando Veríssimo até os recentes Tutty Vasques, Antônio Prata, Martha Medeiros e Marcelo Rubens Paiva, estes, aliás, acompanho os blogs diariamente.

Acabei me dando conta que este blog não tem só textos meus e que sua ideia sempre foi publicar textos bacanas de serem lidos, sempre fazendo referências aos autores. Decidi que postarei alguns aqui, os que eu achar mais interessantes. Não desmerecendo os outros, pois o livro todo é muito bom.

Então, leitores, em breve as minhas crônicas preferidas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Afinal, o amor..

POR THAÍS MACEDO

Agora tudo muda.

Deixa de ser você e passa a ser o outro, no máximo um “nós”. Você quer sempre saber onde ele está, será que está bem? Será que pensa em mim? Nas coisas que eu pedi pra ele fazer ou, principalmente, não fazer?
Ele passa a ser o centro da sua vida – e você que dizia que homem nenhum iria controlá-la. Você faz sua rotina de acordo com a dele. Só sai quando ele deixa e é só ele exigir sua presença que você estará lá, como um soldado pronto para novas ordens.

Não importa o quando os outros digam que você deve deixá-lo viver a vida como bem entender, deixá-lo livre para ele voltar pra você quando quiser, nada disso adianta. Quando bate a saudade você vai atrás mesmo, esteja ele onde estiver. Dizem ainda que você deve controlar o seu amor por ele, pra não sufocá-lo mas é exatamente essa a sua vontade, sufocá-lo com o seu imenso amor.

Você quer estar junto todos os momentos, saber de tudo que se passa com ele, participar de qualquer atividade, inclusive do futebol com os amigos. E se desespera quando o próprio te exclui de algum programa.

E o ciúme, ah esse chega a ser cruel, afinal ele é seu. E mesmo sabendo que está errada, mesmo sabendo que ele te ama você é capaz de virar uma criança birrenta e ter atitudes tão infantis que no fundo sente vergonha, mas não importa, ele é seu. Quando é o contrário, quando o ciúme é dele, você finge que ele está errado, mas no fundo fica envaidecida, deixando até ele opinar na sua roupa "afinal, o amor.."

Vê-lo sofrer te corta o coração e você trocaria de lugar com ele não importa quão dolorosa a situação.

E tudo isso, porque ele te faz feliz, ele dá o amor que você precisa, dá o sentido à sua vida. E basta uma palavra pro mundo ficar colorido e tudo na vida fazer sentido.

Essa palavra? MANHÊÊÊ.




Textinho meloso em homenagem ao nascimento do Davi, filho da Lú e do Klaus. Seja bem-vindo!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sinistro

Se tiver 15 minutinhos (exatamente), assista esse curta.

É muito bom, a trilha é ótima e a narração dá o tom.

Vale a pena, é só clicar.

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=1999&Exib=1



POR THAÍS MACEDO

terça-feira, 16 de junho de 2009

Polêmicas

POR THAÍS MACEDO

Demorei muito tempo pra me decidir e pra ter uma opinião sobre essas questões, mas como estou prestes a fazer 25 anos tenho algumas opiniões.
Vou escrevê-las aqui, pra quando eu fizer 30, ver se mudou algo.
Se bobear, semana que vem já pode ter mudado, mas vamos lá.

Pena de morte: CONTRA
explicação: primeiro, muitos inocentes são condenados. E rebatendo o maior argumento de que "se alguem mata minha familia vou querer matá-lo", sim vou querer e provavelmente vou fazer, mas o Estado não pode me dar e nem ter esse direito. E por fim, prefiro ve o canalha sofrendo em vida do que morrer logo, prisão perpétua neles.

Aborto: CONTRA
explicação: use camisinha! Sou a favor em casos previstos na lei atual, como estupro e bebês sem cérebro (burros - piadinha só pra quebrar o climão). Nesses casos ainda sou a favor de um estudo de cada situação. Do contrário, sou absolutamente contra. Acho que o governo tem que dar informação, tem que pagar operação pras mulheres que não querem mais ter filhos, distribuir gratuitamente métodos contraceptivos enfim, prevenção é a palavra. Sim, acho que a mulher tem que ter direito de fazer o que quiser com SEU corpo, SUA vida. Filho, bebê, embrião é OUTRA vida. E não sei o que a ciência diz, mas pra mim fecundou já é outra vida. Abortou, matou.

Legalização da maconha: A FAVOR
explicação: não vá tirando conclusões precipitadas leitor. Não fumo maconha. Sou a favor porque não considero maconheiros drogados, não no sentido pejorativo. Sim, maconha é droga, mas é como o cigarro e o álcool. Ela não te encoraja, não te faz cometer crimes (desde que você não esteja dirigindo ou algo assim) e acho que legalizando ela perderá a coisa desafiadora de ser "fora da lei" instigando a experimentar. Vai fumar quem quiser, como já é hoje, só que dentro da lei. E porta de entrada pras outras drogas é o álcool, se começa com ele. Bom, não sei argumentar muito pra esta questão mas sou a favor. Deixem os malucos beleza, preocupem-se com a cocaína, heroína, ecstasy (sim), crack, cola etc.

Casamento gay: A FAVOR
Tenho um pé na homofobia já que não me agrada em nada ver homossexuais se pegando na minha frente. Mas respeito, entendo e aprovo sim o casamento. Estas pessoas se apaixonam e costumam ter relações mais estáveis do que as heterossexuais. São pessoas como todas as outras e têm sim, o direito de deixar seus bens para o companheiro e registrar esta união. As pessoas quando pensam nisso (as mais radicais) imaginam bichinhas afetadas entrando na igreja vestidas de noiva. Não é nada disso, é apenas um reconhecimento na lei de que aquela união existe. Lembro-me de quando a Cássia Eller morreu, seu filho Francisco foi disputado pela sua companheira que era quem cuidava do menino, ia nas reuniões na escola e cuidava da educação dele e pelos pais da cantora, que sim amavam a criança. Todos foram a favor da segunda mãe do menino... é só pensar se o casamento gay já existisse, talvez não houvesse essa disputa.

Voto obrigatório: A FAVOR
explicação: Temos em primeiro lugar obrigação moral de votar, pelo menos pela morte e luta de tanta gente que brigou por este direito na época da ditadura. É só vc ver os filmes que retratam os anos 60, 70. Segundo, porque sim, é nossa obrigação, é nosso dever. São muito bonitos os discursos inflamados que ouvimos, principalmente na faculdade, sobre como o Brasil tá uma merda, os políticos roubam e são eleitos novamente, blá blá blá e o cara no dia da eleição vai viajar, faz churrasco ou passa o dia todo em casa e reclama de levantar a bunda do sofá e ir votar. O voto é sério, é seu, é nele que você pode protestar efetivamente. Encontre candidatos à altura de seu voto e sim existem, basta você ter saco de pesquisar e acompanhar depois, as votações na câmara são abertas ao público, as leis e seus responsáveis são divulgados. E pra mim só tem direito de reclamar da situação política atual do país quem vota, vota em alguém e não em branco ou nulo. Porque estas pessoas, sim, fazem algo real pra mudar.

Pesquisas com células tronco: A FAVOR
explicação: um avanço da ciência que trará muitos benefícios. Não vejo a necessidade de clonagem, principalmente de seres humanos, existem maneiras mais prazerosas de se gerar uma vida. Agora, pessoas podem voltar a andar, enxergar, pensar, falar enfim muitas coisas através das células tronco, vamos avançar.


Ufa, por enquanto acho que está bom.

Se você não concordou crie seu blog e escreva o que quiser mas RESPEITE a minha opinião, já que ela não prejudica ninguém.
Você pode ter a opinião que quiser, desde que não faça dela uma lei e que não queira obrigar as pessoas a segui-la.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

De algum tempo atrás...

Recordações...
Daquela paixão delirante
Dos beijos apaixonados
Dos abraços apertados
De tudo o que fomos antes
Recordações...
Dos carinhos, dos beijinhos
Dos passeios de mãos dadas
Dos sorrisos, das risadas
Do aconchego em nosso ninho
Recordações...
Das bebidas que tomamos
Das viagens que fizemos
Da história que escrevemos
Das noites que nos amamos
Recordações...
Das noites frias de inverno
Dos nossos corpos colados,
Dormindo sempre abraçados...
Das juras de amor eterno
Recordações...
Da nossa ingenuidade
Da nossa conversa bobinha


Feliz dia dos namorados!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Boas energias

POR THAÍS MACEDO

"Não há bem que nunca termine, nem mal que nunca acabe"

Acho que a frase diz isso.

E sabe, eu concordo. Acho que não só na vida de cada um mas também no coletivo, no ar. Acho que existem fases boas e ruins no universo e que influenciam na vida de cada um.

Sempre tem uma época em que tudo dá errado pra todo mundo, outras em que todo mundo engravida, outras em que todo mundo termina o relacionamento enfim, energias tão fortes que contagiam e independem do indivíduo.

To filosofando assim porque acredito que a positividade está no ar. Tenho recebido tantas notícias boas. Tantas pessoas me contam coisas boas que acontecem em suas vidas que não necessariamente infuenciam na minha mas que de certa forma tornam a vida mais feliz!

Eu tenho tido boas notícias; meus pais tiveram e estão com bons projetos; uma amiga deu entrevista falando do blog dela que tá crescendo; outra amiga deu entrevista falando de suas bijouterias que estão fazendo sucesso; uma amiga tirou 10 do TGI (eeeeee Thá) e tá super contente, eu sei o quanto é penoso. Enfim, tá aí gente, tá no ar.

Corra e pegue sua boa notícia. Aproveite a esperança, a energia boa que está solta. Ela não é eterna mas se você souber aproveitá-la te fará bem nos dias de chuva.

:)



Tem alguma ideia?

POR THAÍS MACEDO

Pois é, este blog se chama Ideia de Origem e eu me pergunto: qual a origem da ideia???

Muitos discutem de onde vem a ideia, onde surge aquela lâmapada na sua cabeça que faz com que atitudes sejam tomadas, teorias defendidas, best sellers sejam escritos, filmes rodados e guerras iniciadas.

É engraçado imaginar que a teoria da gravidade tenha surgido de um momento de descanso do Sir Newton (ele era Sir?). Agora, você já parou pra pensar que ideias brilhantes surgiram de momentos estranhíssimos?

A pipoca, provavelmente, surgiu de um erro culinário, alguém cismou de esquentar o milho e de repente POC, ele estourou. Mas quem teve a grande ideia de experimentar? O Cinemax agradece.

A ideia do chocolate me intriga muito. Quem pensou em pegar aquela fruta estranha que é o cacau, torrar e depois ficar pisando em cima (tá, fui influenciada pela novela Renascer, em que os personagens ficavam pisando no cacau e cantando "aiáá lá aiaa ilê ilê iá", hoje devem existir métodos com menos micoses pra fazer o chocolate, mas esse é mais poético)? Aí o camarada derrete aquilo, mistura mais algumas coisas e escraviza milhões de mulheres pelo mundo. Acredito que o cara, sim, só poder ser homem, que teve a ideia do chocolate é o mesmo que descobriu a TPM.

As pessoas criam as coisas a partir de suas necessidades e essas criações podem vir de pequenos momentos do cotidiano. Imagine um sujeito gordo tendo que subir vários andares todos os dias, pra chegar em casa. É obvio que ele é o criador da escada rolante, alguém duvida disso? E alguém duvida que quem idealizou o viagra tinha mais de 50 anos?

E quem será que inventou que encostar boca com boca e roçar as línguas era bom? E quando a coisa foi além disso.. bom, dessas boas ideias o inferno está cheio, sem dúvidas.
As ideias vem na nossa cabeça e cabe aos espertos dar importância à elas... ou não.

Eu ainda não tive nenhuma ideia pra escrever um post novo aqui no blog, mas não é que acabei de escrever?!



Blowing in the wind

POR ANTÔNIO PRATA

Meu pai nunca entendeu que eu e minha irmã não tínhamos a mesma idade que ele. Isso não se restringia a nós nem mudou com o tempo: até hoje ele conversa com uma criança de três anos de igual para igual, o que faz com que elas o adorem, como se o tom as promovesse a outro patamar. Quando você é filho, no entanto, a coisa é um pouco mais complicada.

Era domingo e não sei por que cargas d'água meu pai resolveu nos levar ao Pico do Jaraguá. Não era o tipo de programa que fazíamos nos fins de semana -- um sim, um não -- que passávamos com ele. Íamos a restaurantes, bares, às casas de amigos dele, ao cinema ou ao teatro. Aquele, contudo, era um domingo atípico, tanto é que a Julia, minha meia irmã (filha do meu padrasto), também estava conosco.

Lembro-me de estar deitado no banco de trás da Brasília, com as pernas esticadas por cima do encosto e a cabeça pendendo entre os bancos da frente, próxima à base do freio de mão. Hoje em dia, se a polícia pára um carro e flagra uma criança nessa posição, o motorista deve perder a carta, talvez até guarda dos filhos, mas estávamos em 1984 e o mundo era outro, não se usava cinto de segurança nem protetor solar, as pessoas não andavam por aí com garrafinhas d'água, como se fosse o elixir da vida eterna, fazíamos cinzeiros de argila para os pais nas aulas de artes e o colesterol era apenas uma vaga ameaça de gente paranóica, como a CIA ou a KGB, dependendo da sua visão de mundo; de modo que eu seguia feliz, estrada acima, vendo as árvores passarem de cabeça para baixo, lá fora.

Foi a Maria, minha irmã mais nova, sentada próxima a janela da esquerda, quem deu o alarme: "Ó lá ela chupando o pinto dele!!!". A Julia pisou na minha barriga, passou por cima de mim e também grudou a cara na janela, eu levantei correndo mas só cheguei a tempo de ver uns vultos dentro da Variante bege parada no acostamento. A Maria jurava ter visto direitinho: o cara pelado, uma mulher chupando-lhe o pinto. Nós três começamos a pular e gritar no banco de trás, como chipanzés amotinados. "Chupando o pinto!", "Hahahaha!", "Chupando o pinto dele!", repetíamos, sem acreditar que havíamos passado tão próximos daquele evento inencaixável na ordem geral das coisas. A gritaria estancou de imediato quando meu pai, com a naturalidade de quem discute a situação com senhores de cinqüenta anos, perguntou: "o que é que tem?".Até aquele segundo, em minha vida, chupar pinto não tinha nenhuma relação com a sexualidade humana, o prazer, o afeto. A frase "chupa meu pinto!" pertencia ao terreno das ofensas, ao jargão do futebol, como "prensada é da defesa", "gol só dentro da área", e "vou te encher de porrada" - essa sim uma ameaça que poderia ser cumprida. Chupar o pinto era metafórico, como "cospe e sai nadando" ou "vai ver se eu estou na esquina" e jamais tinha passado por nossas cabeças (eu devia ter uns nove, a Julia oito e a Maria, sete) que alguém de fato fizesse aquilo -- e por que faria?!

"Não sei do que vocês tão rindo tanto", continuou meu pai, sério. Eu só consegui gritar o óbvio, de pé no assento de trás, metendo o corpo entre os bancos da frente: "pai! Ela tava chupando o pinto dele!". Meu pai abanou a cabeça. "Antonio, chupar pinto é uma coisa muito normal. E saudável. Todo casal faz isso" - ele disse, e acreditem: era só o começo. O pior, o que subverteu todo o arcabouço conceitual construído até meus nove anos, o que provavelmente faria com que fogos de artifícios fossem vistos nos dois hemisférios do meu cérebro, caso estivesse num desses aparelhos de ressonância magnética, o que, dada a intensidade, provavelmente fixou toda a história em minha cabeça, desde a posição em que me encontrava no banco da Brasília até a cor do céu, quando chegamos ao mirante, lá no alto, viria a seguir: "Normal, sim. A Juliana chupa meu pinto. A sua mãe chupa o pinto do marido dela. Sua avó chupa o pinto do seu avô. A tia Lurdes chupa o pinto do Augusto, a professora Carla chupa o pinto do Josué, ah!, os homens que namoram homens então, como o Pedrinho e o Ivan, chupam muito o pinto um do outro. Todo mundo que namora faz isso. E é muito gostoso. Não tem porque rir."

Chegamos ao Pico do Jaraguá, descemos do carro e vimos o pôr do sol. Eu olhava a cidade lá longe e só conseguia pensar que por trás de cada janela, dentro de cada carro, debaixo de cada teto, atrás de cada porta havia pessoas que chupavam ou eram chupadas, meus pés pisavam sob um planeta onde dois bilhões e meio de seres humanos colocavam os pintos dos outros dois bilhões e meio na boca. Talvez fosse o vento, ou a memória tenha inserido o áudio mais tarde sobre a imagem, mas o som que eu ainda ouço, lá no alto, é equivalente ao de um canudo do tamanho de um prédio puxando o último gole de um copo gigante de milk-shake: sssrrrrrrrlllllllllllluuuuuuuuurrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrp!

Na volta, ninguém falava nada. Entramos em casa correndo, com os olhos arregalados. Não tão arregalados quanto ficaram os de minha mãe, meu padrasto e mais uns dois casais de amigos, que tomavam vinho e comiam alguma coisa, quando desandamos a falar: "Mãe! Mãe! É verdade que você chupa o pinto dele?!". "A vovó chupa o pinto do vovô?!", "A minha avó também, pai?! A minha avó também chupa pinto?!!", "Todo mundo?! Todo mundo chupa pinto?!". "Mãe, mãe, quando eu crescer eu também vou ter que chupar pinto?!". "Com que idade?! Com que idade começa a chupar pinto, pai?!".A última cena de que me lembro nesse dia é vista do alto da escada, de onde eu estava bisbilhotando, já de pijama. Havia taças vazias e pratos sujos na mesa, os casais tinham ido embora. "Mas será que você não entende? Eles são crianças!", dizia minha mãe ao meu pai, pelo telefone, aparentando mais cansaço do que raiva na voz. Não lembro com que sonhei naquela noite.



*Atenção este texto MARAVILHOSO é roubado do blog: http://blog.estadao.com.br/blog/antonioprata/